november 07, 2005

relatório do III Encontro da Câmara Setorial- Direito Autoral 08/05

Breve relatório do III Encontro da Câmara Setorial de Música - Tema: Direitos Autorais


Bem, colegas, as notícias voam, e já nesta terça-feira, não há mais grandes novidades a serem contadas.
Talvez, alguma ênfase no cabedal de artifícios que tentaram usar para nos conter.
Diferentemente do colega Tibério, penso sim que nossos dois grandes pontos foram claramente demarcados:

a) O posicionamento CLARO, dos músicos do país, de que não concordamos com o MODELO de gestão coletiva vigente no país, e;

b) Que desejamos, sem transigir, a criação de um organismo intermediador das relações entre a sociedade e a gestão coletiva dos direitos autorais, após estudo longo, cuidadoso e detalhado.

Várias outras idéias foram debatidas, apesar das sentidas ausências.
Destaco outros quatro pontos centrais, não obstante a idéia de que o
gesto de "solicitar" melhorias ao sistema vigente foi claramente
percebido como um "reforço" deste mesmo sistema. Portanto, vejo como
extremamente positivas as seguintes idéias demarcadas:

a) Que exigíamos um esforço MUITO maior no recolhimento de dados para a
distribuição. A idéia da informação de repertório obrigatória,
defendida com unhas e dentes, associada ao desmascaramento das
informações sobre "rios de dinheiro" investidos em tecnologia (com a
apresentação de dados deles, que não alcançam 3% dos 18% que ELES
faturam) marcou, para todos, o nosso posicionamento cético a esse
respeito, e a falta de determinação deles em alterar tal quadro.

b) A informação reiterada do sistema de decisões dentro da Assembléia
Geral, onde somente 6 sociedades votam, formado por sociedades onde
autores são impedidos de obter filiação, fazendo com que não seja
possível a democracia no sistema, que insistem em mater sem controle
governamental.

c) A necessidade de se implementar o estudo do Direito Autoral nos
cursos universitários de Direito e de Música;

d) A necessidade de se criar tribunais especializados.



Eles estava TODOS lá, em peso, lutando com seus anos de experiência
contra a nossa falta de organização e preparo. De alguma forma afinados
em torno do ECAD. Nosso embate se deu contra a "nata" dos
representantes do Sr. Perdomo, menos o próprio covardão, que não tem
coragem de se expor. Estavam lá, tão falantes e sarcásticos quanto bem
pagos para a função:

a) A Glória Braga (que não é doutora, pois tem somente uma
pós-graduação). Dentre suas pérolas, o grito com que deixou clara a sua
vontade de dialogar: "Se estiverem insatisfeitos, entra na justiça!" (o
erro de concordância foi dela)

b) O Sidney Sanches - Advogado da UBC, da EMI e do ECAD. Redator final
do Estatuto, dos Regulamentos e de todos os principais documentos do
ECAD, que o pessoal que fala "circularizar" (esta palavra que eles
inventaram) não tem competência para redigir.

c) O MV Mororó - Presidente de AMAR, que com um sorrisinho maroto, acha
que somos todos tolos. Quando tentaram nos impor a manutenção do
"modelo de gestão coletiva", quis fazer com que todos acreditassem que
a real intenção deles era manter a "gestão coletiva", e não o modelo.
Então, quando sugerimos retirar a palavra "modelo", teve que desmontar
o chiste. Infelizmente, não foi preciso apresentar na frente de todos a
Ata da 294ª Reunião da Assembléia Geral do ECAD, em que ele vota pela
incorporação de quase 5 milhões originários de retidos não
identificados após 5 anos que, segundo determinação internacional,
devem ser redistribuídos nas mesmas rubricas onde foram gerados. Não
deu uma "dentro". Mostre seus repasses internacionais, MV!

d) O Jorge Costa - Presidente da SOCINPRO, que só foi no 1º dia, pois
seguiu orientação do Sidney Sanches que, ao perceber que tínhamos as
atas em que criticava a administração atual, evitou a "acareação" a que
seria submetido enviando a cantora Zezé Motta, diretora de sua
sociedade, ao 2º dia, e lá permaneceu sem se manifestar.

e) Marisa Gandelman - Filha do advogado Henrique Gandelman e irmã do
saxofonista Léo, representava a ABEM (dos editores), e manteve o
discurso de seu líder Perdomo, ao qual permaneceu fiel quando do
rompimento com os atuais integrantes da ABER (a outra associação de
editores, integrantes da ABRAMUS). Foi talvez a mais sarcástica,
tentando dificultar as aprovações todo o tempo, evocando
inconsistências em cada termo que utilizávamos, com o claro propósito
de tornar lento e improdutivo o debate, que sabia ser de conteúdo
contrário à manutenção do controle de que desfruta, como fiel
"palaciana".

f) Paulo Rosa - O Presidente da ABPD, que no 1º dia mostrou-se de certa
forma "neutro", no segundo alinhou-se ao discurso do ECAD, apesar de
atuar elegantemente na defesa das entidades que representava, sem um
"jogo-contra" gratuito. Não foi nosso aliado, mas não tumultuou.

g) Secundariamente, talvez pela rarefação de sinapses, os
engomadíssimos Fred Lemos e o Vice-presidente simbólico da ABRAMUS (de
quem não consigo lembrar o nome) que, valendo-se de métodos bem mais
primitivos, deixou no ar as "ameaças de morte" do passado e, não tendo
conseguido a nossa quietude, protagonizou a cena mais patética do
encontro, tentando transformar o merecido azar que o fez sentar em um
chiclete num amplo debate nacional, e uma vez contido, quase partiu
para as vias de fato, no evidente intuito de "melar" tudo de uma vez.
Nossa prudência (destaco a minha, em especial, pois quase avançou em
mim), fez com que não caíssemos na armadilha. Ainda, tivemos a apagada
participação dos representantes da OAB, e a quase imperceptível
participação da SBACEM, da ASSIM e da OMB. Esta última só foi ao
primeiro dia. A ABER também mais ouviiu do que falou. Destaco ainda o
compositor e irmão do Deputado-Mensalão Roberto Brant (a vergonha da
oposição), Fernando Brant, que tentou diminuir o meu testemunho sobre a
mensagem proferida pelo Presidente da SGAE, evocando um pseudo "engano"
do palestrante, que na véspera, na reunião do Comitê IberoAmericano da
CISAC, "esculhambou" o sistema de documentação nos bancos de dados
nacionais, administrados pelo ECAD, que pretende conectá-los ao sistema
internacional CIS, mas não quer fazer o "dever de casa" de deixá-los a
contento.

h) Como destaques positivos, a citada participação da ABERT (Aquele
senhor que propôs a ouvidoria era da ABERT, não era?), a aguerrida
Magali, da outra ABEM (esta de educação musical), ajustando os
conceitos propostos aos modernos princípios pedagógicos, e o combativo
Marival Padilha, representante da ADDAF, nossa única sociedade autoral
que lida com direitos fonomecânicos, nos mantendo com a tranqüilidade
de nos valermos de seu conhecimento do sistema para enfrentar a
desinformação que vinha de lá, o que acabou não sendo necessário.
Ainda, e com destaque especial, o nosso colega Antônio Adolfo, que do
alto de sua experiência, nos deu um curso completo de coragem e
destemor, ao apontar com clareza e firmeza os descaminhos que
criticávamos.


Pelo lado do governo, podemos destacar algumas coisas:

a) a habilidade do mediador, que em minha opinião foi excelente.

b) A apresentação do representante do Depto de Direitos Autorais do
MinC me sugeriu um grande preparo pessoal, deixando evidente o aspecto
raquítico de seu departamento, que tanto precisamos fortalecer.

c) A excelente participação dos colegas da Funarte, com aquela única
exceção, que demonstrou merecer imediata transferência para a Quinta da
Boa Vista, substituindo o falecido e popular Tião. Este aí foi
lamentável, mas a experiência e a competência dos demais - e nossa
imensa vontade - não permitiram que houvesse maior frustração.

d) Como destaques negativos, o já citado tempo exíguo, mas também a
surpreendente falta de controle mais rigoroso na entrada da CS, que
permitiu a presença de mais de um representante de algumas sociedades
no 1º dia, o que acabou se repetindo também no segundo dia, em menor
escala.


"Nosso lado" e conclusão.

Pelo nosso lado, acho que conseguimos uma unidade que foi fundamental
para a nossa coerência, apesar da tensão com que a mantivemos. Sem
dúvida, a falta de comunicação prévia entre os estados, e os
descaminhos gerados pela contínua desinformação sobre o assunto
("mérito" da atitude passiva do ECAD e das Sociedades que o compõem)
foram os maiores vilões contra os nossos propósitos.

Ainda assim, saí de lá com a sensação de termos tido um excelente
desempenho, mesmo estando EXAUSTO com tanta tensão, tanto esforço e com
as mordidas que acabei levando de todos os lados. Mas faz parte do jogo
que, se não ganhamos, certamente não perdemos e muito menos entregamos.
Creio ter cumprido o meu papel.
Pena não poder ter comparecido ao encontro na casa da companheira Leny
Belo, que sacrifiquei - junto com meu sono - em prol de dispor, no 2º
dia do encontro, de documentos mais contundentes que viabilizaram a
manutenção da segurança do meu discurso.

Como destaque, tentamos incluir no debate, todo o tempo, os direitos
fonomecânicos, como direitos a serem protegidos e possivelmente geridos
de forma coletiva. Tal premissa foi veementemente combatida, com
afirmações de que, no Brasil, os fonomecânicos "só eram" administrados
individualmente, tornando-os não merecedores da ingerência estatal.
Como se não existisse a ADDAF, e como se não tivéssemos nenhuma
informação sobre o resto do mundo.

Agora, vamos à nossa próxima mobilização nacional: AUDITORIA NO ECAD!
Precisamos achar 30% dos filiados a UMA associação (Vamos nas
pequenas!). BASTA ISSO!!!

Podemos também começar um diálogo com o Ministério Público.

Pressão na FUNARTE e no MinC para que COMECEM OS ESTUDOS PARA A CRIAÇÃO DO TAL ÓRGÃO!!!


Alexandre Negreiros
ahnegreiros@alternex.com.br

2 Comments:

At 3:36 p.m., Blogger Roberto Ferigato said...

Este encontro é do ano de 2005 e este comentario é de 2007 vejamos o que mudou: Usuários de música são pessoas físicas ou jurídicas, que utilizam música publicamente, entre eles:
Promotores de eventos e audições públicas (shows em geral, circo etc), cinemas e similares, emissoras de radiodifusão (rádios e televisões de sinal aberto), emissoras de televisão por assinatura, boates, clubes, lojas comerciais, micaretas, trios, desfiles de escola de samba, estabelecimentos Industriais, hotéis e motéis, supermercados, restaurantes, bares, botequins, shoppings centers, aeronaves, navios, trens, ônibus, salões de beleza, Escritórios, consultórios e clínicas, academias de ginástica ,empresas prestadoras de serviço de espera telefônica, ringtones e truetones sendo que 90% destes usuarios são INDUZIDOS a pagar um valor fixo ao Escritório central de arrecadação e distribuição Ecad , através da visita de um fiscal,(sem a apresentação do Roteiro Musical), apenas depositando em conta bancária, com um critério totalmente duvidoso e inconstitucional denominado de (amostragem), a lei 9610/98 é muito clara a esse respeito (Art. 24. São direitos morais do autor: II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra;).

Agora as novas tecnologias são novo alvo de cobrança do Ecad, baixar musica na internet passou a ser execução pública, mesmo não tendo suporte legal para que possa cobrar direitos desta atividade, um dos maiores advogados de direito autoral no Brasil Nehemias Gueiros JR diz que, ainda que seja admissível a cobrança de direitos autorais da execução simultânea de música on line - como a feita pelas rádios -, o download de música não pode sofrer o encargo. Isso porque o ato de baixar uma música não é uma exibição pública da obra, mas uma execução privada.

Os usuários reclamam que pagam valores exorbitantes, sem qualquer critério racional, e os autores recebem importâncias ridículas sem qualquer possibilidade de fiscalização e aferição, (quando recebem). "Em muitos casos, o órgão se utiliza de 'artifícios ilegais' para aumentar a arrecadação, agindo com presunção, como por exemplo, negando as atas de assembléias aos autores titulares, manipulando planilhas de execução pública, reduzindo arbitrariamente o ponto royalties de distribuição, com intuito de lucrar, privilegiar e manter no comando a sociedade autoral que lhe traz mais lucro e poder.
Das Tvs abertas, somente a rede Record de Televisão está pagando o Ecad, as outras estão inadimplentes ou depositando em juízo por desacreditar no repasse autoral e a evidente manipulação dos valores e os abusos do escritório central que exige 2,5% da arrecadação bruta, se tornando sócios das emissoras de Tvs.
O Escritório central se recusa a prestar contas à sociedade, chegam ao ponto de publicar um balanço patrimonial com irregularidades tributarias em desacordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil (É só conferir no site da entidade), o real valor arrecadado é uma verdadeira caixa preta.

É direito moral do autor
IV- o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;

Tenho certeza que esta denúncia esta intalada na garganta de milhares de compositores e artistas brasileiros que tem a sua criatividade prejudicada e reprimida, por não poder sobreviver dela, e muito menos ser reconhecido como autor da sua obra.


Por: Roberto Lopes Ferigato ( Musico, compositor, produtor fonográfico)

 
At 4:40 p.m., Anonymous Anonym said...

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